sábado, 9 de junho de 2012


Suspendi o tempo que me pousou nas mãos
Ave livre sem destino nem porvir
Olhei nas águas lavradas do rio
O desassossego que me habita nos olhos
E sorri
Do peito brotaram-me flores em cacho
Com cheiro a terra e a musgo
Com cores que envergonharam o arco-íris
Estendi-me, dolente
Nas margens deste rio calado
E esperei a lua
Lânguida
Foi meu o mundo todo num momento
Em que desbravei um peito a arder
Senti-me em mim
De volta
E a minha gargalhada
Confundiu-se no grito da garça
O comando da vida
Está de novo nas minhas mãos
Trementes
Dolentes
Estendidas para agarrar a lua
Neste meu céu negro
Onde brilham estrelas mil
Toda a luz que preciso
Para ser feliz…talvez… um dia…

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