terça-feira, 19 de junho de 2012



Ergo-me das memórias
Espantando o medo
Forço um sorriso
Alinho o olhar
De novo rocha
Impenetrável
Já posso voltar a olhar as estrelas
 A sentir a areia fina nos pés
Já posso voltar a ser onda
Revolver todas as marés
Sempre foi assim
Sempre assim será
Fazer das fraquezas forças
Deixar que passe a tempestade
E depois erguer-me no vento
E ser a própria tempestade
Vendaval? Talvez seja
Que a força das marés
Não há quem contenha
E a raiva contida
Solta-se em chama
Lava incandescente
Vermelho sangue
Depois pedra
Negra
Como a noite onde volto
E sou senhora das trevas
Incontida como nascente
Renasço Phenix fogo
E nas asas do vento
Sou raio, sou trovão
Não me prendo no sonho
Nem me quedo no pranto
Rebento turbilhão
Nascida do ventre da terra
Sou musgo verde macio
Sou rocha dura na serra
Não me dobro
Não me curvo
Não me vendo
Não me traio
Cada batalha perdida
É lição nova aprendida
Que me prepara o caminho
Na guerra que me faz a vida
Um dia serei cinza
Serei nada
Mas agora
Sou força
Sou natureza
Sou vida
Mulher armada

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