Esgotam-se-me as palavras com que nasce o poema. Esgotam-se
nas horas perdidas na espera…
Saltito de medo em medo na insegurança de me ver cair e, sem
saber voar ainda, tombar em caminhos lamacentos onde acaba toda a esperança.
Preciso que sejas o meu porto seguro e me arranques dos
braços da tormenta quando os oceanos rugem revoltosos. É frágil o meu batel,
construído de sonhos, em marés vazas de distância. Mas é forte a mão que conduz
o leme e a alma que lê o mapa do destino e vê a cruz sobre o teu peito. É aí…
só aí que quero chegar… se entro ou não… quem sabe! Há o caminho, há a
tempestade, há a distância e há a vontade. E depois há este céu que me impele a
avançar e a seguir a minha estrela pequenina que brilha lá no alto e me diz que
no fim do caminho está o tesouro escondido no teu olhar.
E ela, a minha estrelinha distante e nervosa, vem
murmurar-me as palavras da minha poetisa: “amo-te tanto … e nunca te beijei/ E
nesse beijo, amor, que te não dei/ Guardo os versos mais lindos que te fiz”…
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