sábado, 16 de junho de 2012



Lembram-me as noites
Onde mudas as palavras
Quebravam silêncios
Noites que se prolongavam
E onde os nossos sonhos se sentavam
A baloiçar felizes
Num quarto de lua crescente
Onde as estrelas eram luzeiros
Em cintilações de esperança
Noites longas
Que se apequenavam
Nos sorrisos que sem vermos
Adivinhávamos

Lembram-me os dias curtos
Que se faziam longos na espera
Do sol que traria a noite

Lembram-me os silêncios partilhados
Remoinhos de vento
Liberdades da lonjura
Onde as almas se encontravam

Depois foi o encontro
Desencontro
Os dias vazios
As noites sem sentido
As estrelas sem brilho
E a lua sempre nova e pardacenta

E este sol diurno
É já labirinto onde me perco e flutuo
Numa busca fatigada das noites
Perdidas

Aqui
Na concha pequenina fechada
Perdi a liberdade de ser
Que a de sentir ainda me aperta

Dói-me o brilho do sol que se apagou
Dói-me a luz das estrelas já sem vida
E dói-me no peito
Este espaço vazio sem batidas
Este abismo secreto onde me escondo

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