domingo, 10 de junho de 2012



Não me apetecem poemas
As palavras perdem-se no vento
Rebolam na lama
Não me apetecem poemas que falem de flores e de sol
Quero verdades

Quero de volta os meus silêncios
Os vazios onde me perdia
As solidões onde me abandonava

Já disse não
Sentidamente

Irritam-me os falsos sabedores
Perturbam-me os deuses de barro tosco
Quero a cinza dos caminhos
As vielas pardacentas
Os rios lavados de mágoas

Quero ondas a desfazerem
Miragens sem desertos
Quero luas escondidas e estrelas
Sem brilho

Quero-me a mim
Apenas eu
Sem partidas nem regressos
Aqui
Perdida para lá do horizonte
Sem esperanças nem segredos
Apenas eu

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