domingo, 1 de julho de 2012



Já me dói esta espera
Desespera
Há um lado a dizer
Tem de ser
Há outro lado a mandar
Abre as asas, sai a voar
Eu vou ficando
Porque no sonho pus as minhas asas
E a alma
Outros luares chamam por mim
E eu presa nos meus silêncios
Sou terra apenas poeira difusa
Recuso estrelas e amanheceres
Nesta espera que me inebria e magoa
Me enlouquece e é vida
Na morte lenta em que me escondo
Dos sóis brilhantes que me procuram
Silêncios mergulhados em marés de solidão
Caminhos do nada onde me perdi
Para encontrar a espera sem salvação
Já morreram as primaveras
Desabrocharam todas as flores
Já o verão queima as searas
E a terra em fogo é chão
Palha seca e triste
No resfolhar de cada aurora
Vou-me
Não sei quando
Não sei para onde
Mas vou
Na busca do esquecimento
Na procura da alma abandonada
Onde o mar desagua
E as ondas crescem na força dos ventos

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