sábado, 30 de novembro de 2013

Desejos

Apetecia-me um rio calmo
Onde
Tranquilo
Navegasse o teu olhar perdido em mim

Apetecia-me a serenidade
Do silêncio embutido nas paredes
Onde mora o desejo perdido de ir mais além

Saio de mim
Nas palavras cobertas
Onde há voos de pássaros feridos
E flores murchas de amanhãs
Onde o grito mudo se instala
Predador

Espero na bruma pardacenta
Um sinal que não chega
De um sol que se pôs
Quando chegou triste
A madrugada

Há frio nos caminhos
Há dor nas esperas desesperadas
Há um querer escondido
Que se apequena
Que me envolve
Assim…
Sem querer nada

Da vida vivida
Ficam as mágoas
Chagas abertas na noite
Cobre-as o sal deste olhar
Perdido
Que se arrasta
Dorido
Por penhascos abandonados

E depois
Nasce um verde pequenino
A olhar um sol apagado
Mas vem o negro
E mata o sonho
E cobre o sol
Desesperado


Liama

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